terça-feira, 28 de julho de 2009

~>Humanismo

Foi um período de transição entre o trovadorismo e o renascimento.
Durante os séculos XV e XVI, Portugal passou por um aumento econômico gigante, fruto das grandes navegações. Os portugueses invadiram novos mundos, exploraram as melhores coisas (minérios, entre outros) e isso só contribuiu para o seu crescimento.
Nessa época Portugal era uma das maiores metrópoles do mundo.
E é aí que o homem começa a ter um novo olhar sobre o Mundo, passa a olhar ao seu redor, muda sua visão teocêntrica que passa a ser antropocêntrica. A ciência começa a ter um valor maior e os atos dos homens começam a ser mais valorizado também.
Portugal queria construir um império, dominar o Mundo e ter uma identidade. Muitas mentalidades novas surgiam, inclusive uma nova classe começa a ser ouvida: a burguesia. Antes só os nobres e membros da igreja eram os poderosos.
Há um declínio do feudalismo e uma nova relação social surge chamada de mercantilismo:
* Balança comercial favorável: vender mais do que comprar, assim teria mais lucro.
* Taxas alfandegárias: os reis criavam taxas para evitar produtos de outros países e assim ter um lucro maior.
* Pacto colonial: as colônias poderiam comercializar apenas com suas metrópole. (precisa melhor isso aqui, sem stress)

Na literatura o Humanismo português ficou marcado por duas personalidades:
· Fernão Lopes com suas crônicas.
· Gil Vicente com seu teatro.

As crônicas de Fernão Lopes:
Já novo Fernão Lopes ocupava cargos públicos de responsabilidade, foi empregado da família real e da corte.
Fez parte da Crônica Geral de 1344. Recebeu o título de “Vassalo Del Rei” (classe da nobreza atribuída aquelas classes não nobres).
Sua obra consiste de memórias e registros, há uma investigação crítica e social de sua época. A linguagem é mais elaborada.
Obras principais são: Crônicas de El Rei D. Pedro
Crônicas de El Rei D. Fernando
Crônicas de El Rei D. João
Exemplo:

"Porque escrevendo o homem do que não é certo, ou contará mais curto do que foi, ou falará mais largo do que deve; mas mentira em este volume, é muito afastada da nossa vontade. Ó! Com quanto cuidado e diligência vimos grandes volumes de livros, de desvairadas linguagens e terras; e isso mesmo públicas escrituras de muitos cartórios e outros lugares, nas quais depois de longas vigílias e grandes trabalhos, mais certidom haver não podemos da conteúda em esta obra."

Crónica de D. João I, Prólogo

Teatro de Gil Vicente
Gil Vicente viu a implantação do absolutismo, a centralização do poder, o rei tido como divino.
Ele era escritor, diretor e ator em suas peças, tinha uma ligação forte com a Rainha D. Leonor e fez várias obras religiosas em sua homenagem.
Seu teatro era popular, porém eram representadas para a Corte, pois transmitiam o pensamento do reino e do rei.
Gil iniciou sua carreira com “o monólogo do vaqueiro” ou “Auto da visitação”, tratava do nascimento de D. João III. E foi com essa peça que Gil Vicente se tornou teatrólogo do rei.
Seu teatro era de sátira social, e idéias, teatro polêmico. As personagens atuam segundo sua classe social.
Há 2 tipos de personagens:
*típicas: representam tipos sociais, estereótipos da época, profissões, fidalgos... Títulos populares.
*alegóricos: são personificações de idéias ou instituições.

Algumas coisas de suas peças são transportadas até hoje.
A escrita era castelhana ou em português arcaico, seu teatro era todo composto de versos e redondilhas.

Exemplo:
Trecho do Auto da Barca do Inferno
“Anjo – Eu não sei quem te cá traz...
Brísida – Peço-vo-lo de giolhos! (joelhos)
Cuidais que trago piolhos,
anjo de Deos, minha rosa?
Eu sô aquela preciosa
que dava as moças a molhos,
a que criava as meninas
pera os cónegos da Sé...
Passai-me, por vossa fé,
meu amor, minhas boninas, (
margaridas)
olhos de perlinhas finas!
E eu som apostolada,
angelada e martelada,
e fiz cousas mui divinas.
Santa Úrsula nom converteu
tantas cachopas como eu (...)” (
meninas, raparigas)

Gil Vicente escrevia Autos e Farsas.
Mas qual a diferença?
Auto é o nome dado na Idade Média a peças curtas que trata de temas religiosos.
Farsa já é uma forma de criticar a sociedade.

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